
MINHA ARTE
A arte de Lizar é um caso de amor com a graça e a beleza da capoeira, forma de arte marcial trazida ao Brasil no século XVI ou XVII. (...) Suas criações são poemas de cor, fluidez e movimento. As linhas e formas evocam ritmos múltiplos e velozes. Movimentos paralelos emergem em matizes análogos e formas que se repetem enquanto outros conflitos formam cores e direções que contrastam. (...) A harmonia das cores é fundamental no trabalho de Lizar. Nas primeiras obras são sutis jogos de cores, leves camadas muitas vezes translúcidas, sobrepondo-se umas às outras. Seus últimos trabalhos são estudos em cores mais nítidas e contrastantes. As justaposições mais dividem do que unificam a composição. A intensidade das cores puxa e empurra as formas, umas contra as outras. Todas as composições consistem em duas partes inter-relacionadas, nas quais as porções da esquerda e da direita entrelaçam-se e viram umas sobre as outras. (...) Tanto na pintura realista quanto na mais abstrata, Lizar captura a essência da capoeira, sua graça e leveza, sua força, velocidade e ritmo".
Henry John Drewal
Apresentação de Henry John Drewal. São Paulo: Museu de Arte Brasileira, 1992.